Presidente das Maldivas renuncia após motim na ilha paradisíaca

MALE, 7 Fev (Reuters)

O presidente das Maldivas, Mohamed Nasheed, o primeiro líder eleito democraticamente no país, renunciou nesta terça-feira após semanas de protestos que culminaram em um motim da polícia, que, segundo um aliado dele, era o início de um golpe.

Nasheed entregou o poder do arquipélago do Oceano Índico para o vice-presidente, Mohamed Waheed Hassan Manik, afirmando que continuar no ofício resultaria em ter de usar a força contra a população. Manik fez o juramento de posse à tarde (horário local).

“Eu renuncio, porque eu não sou uma pessoa que deseja governar com o uso do poder”, disse Nasheed em um discurso televisionado. “Eu acredito que, se o governo continuasse no poder, seria necessário usar da força, o que machucaria muitos cidadãos.”

“Eu renuncio, porque eu acredito que o se o governo continuasse no poder, seria muito provável que teríamos que enfrentar influências estrangeiras.”

Barroso reafirma que Eurozona quer manter Grécia no grupo

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, insistiu nesta terça-feira que a Grécia irá permanecer na Eurozona, depois de um membro executivo europeu ter relativizado o impacto de uma eventual saída da Grécia da união monetária.

“Nós queremos a Grécia no euro”, afirmou Barroso a repórteres depois que a comissária europeia de Novas Tecnologias, Neelie Kroes, ter dito que “ninguém morreria” se um país deixasse a zona do euro.

A Grécia vivia nesta terça-feira uma greve geral contra as novas medidas de austeridade pedidas pela União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) para desbloquear um acordo que evite a quebra do país em março, quando deve enfrentar um vencimento da dívida de 14,5 bilhões de euros que não poderá cumprir sem assistência externa.

Neste clima de pressão, o primeiro-ministro, Lucas Papademos, teve uma longa reunião na segunda-feira com os representantes dos credores institucionais do país (UE, FMI, Banco Central Europeu) para negociar as novas medidas de rigor.

O problema é que as novas exigências de austeridade despertam fortes reticências entre os três partidos de governo (socialistas, conservadores e ultradireita) pouco antes das eleições legislativas que devem ser celebradas em abril.

Grécia capta 812,5 mi de euros em letras a seis meses com taxas baixas

A Grécia captou nesta terça-feira 812,5 milhões de euros com letras do tesouro a seis meses, a uma taxa de 4,86%, em ligeira queda com relação a uma emissão anterior similar, anunciou nesta terça-feira a agência grega de gestão da dívida pública (PDMA).

A demanda foi de 1,701 bilhão de euros, disse a agência.

Na emissão anterior de bônus a seis meses, no dia 10 de janeiro, os juros exigidos foram de 4,90%.

A emissão coincide com os esforços do governo em acordar as novas medidas de rigor reclamadas por seus credores institucionais (UE e FMI) para desbloquear um segundo resgate financeiro internacional e em paralelo reestruturar sua dívida, com o objetivo de evitar a quebra do país em março.

Déficit comercial da França bate recorde em 2011

PARIS, 7 Fev (Reuters)

O déficit da balança comercial da França bateu recorde de quase 70 bilhões de euros em 2011, com a forte alta nos custos de importação de energia, combinada ao menor crescimento das exportações, ressaltando a luta do país para manter sua competitividade em nível global.

Produtos agrícolas e bens de luxo, como bolsas e perfumes, foram as exceções, informou o escritório alfandegário da França nesta terça-feira, num ano fraco para as exportações.
O déficit comercial em 2011 foi de 69,6 bilhões de euros, no piso das previsões do governo, mas ainda 35 por cento acima do registrado em 2010.

As exportações a países da União Europeia (UE) cresceram num ritmo menor, de 7,5 por cento em 2011, ante 11,5 por cento em 2010. As vendas a países fora do bloco avançaram 8,8 por cento, bem menos que o crescimento de 18,6 por cento no ano anterior.

Japão não descarta outras intervenções no câmbio–ministro

TÓQUIO, 7 Fev (Reuters)

O Japão deu prosseguimento a sua venda recorde de ienes numa intervenção no ano passado com operações encobertas, e o primeiro-ministro afirmou que o país está pronto para intervir novamente a fim de conter movimentos especulativos, repetindo seu forte alerta aos mercado contra a valorização excessiva do iene.

O iene subiu para perto do recorde de alta ante o dólar atingido em outubro, última vez em que o Japão interveio, aumentando as preocupações entre formuladores de política econômica de que os novos ganhos do iene podem descarrilar a frágil recuperação econômica do país, depois dos danos causados pelo terremoto e tsunami do ano passado.

O ministro das Finanças, Jun Azumi, disse nesta terça-feira que o Japão não vai descartar qualquer medida para combater movimentos especulativos, repetindo seu alerta verbal de ação, na esperança de que o país manterá, pelo menos, os operadores cautelosos de testar a valorização do iene por enquanto.

Turquia lançará uma nova iniciativa internacional para a Síria

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou nesta terça-feira que a Turquia lançará uma nova iniciativa interncional para a Síria depois do bloqueio de uma resolução o Conselho de Segurança da ONU destinada a pôr fim ao derramamento de sangue neste Estado vizinho.

“Nós lançaremos uma nova iniciativa com os países que apoiam o povo e não o regime sírio”, declarou Erdogan no Parlamento, sem precisar o conteúdo dessa proposta.

Erdogan destacou ante os deputados de seu Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, surgido do movimento islamisa) que seu governo “utiliza todas as vias diplomáticas para atrair a atenção da comunidade internacional” sobre a crise síria.

Depois condenou energicamente o veto da Rússia e da China no Conselho de Segurança no sábado passado, afirmando que esse bloqueio “é uma permissão para matar nas mão do tirano sírio”, referindo-se ao presidente Bashar al Assad.

O chanceler turco Ahmet Davutoglu viajará na quarta-feira aos Estados Unidos, aliado da Turquia na Otan, onde se reunirá com a secretária de Estado, Hillary Clinton.

EUA suspendem uma das sanções contra Mianmar

O governo dos Estados Unidos suspendeu uma das sanções contra Mianmar em reconhecimento aos recentes avanços para uma reforma política no país depois de décadas de governo militar.

A secretária de Estado Hillary Clinton assinou uma isenção parcial das restrições impostas a Mianmar, o que permitirá ao país receber missões de avaliação e ajuda técnica de instituições financeiras internacionais como o Banco Mundial, Banco Asiático de Desenvolvimento e FMI.

Um governo civil chegou ao poder em Mianmar ano passado, após as controversas eleições de novembro de 2010 e desde então tem surpreendido os analistas internacionais com várias decisões, como a libertação de presos políticos.

Clinton se reuniu em dezembro com a líder opositora Aung San Suu Kyi durante a histórica visita da chefe da diplomacia americana a Mianmar.

Regime sírio anuncia continuidade das operações contra os “terroristas”

O ministério do Interior sírio se comprometeu nesta terça-feira a continuar com as “operações” contra os “grupos terroristas” na cidade de Homs, reduto da rebelião contra o regime de Bashar al-Assad, até o restabelecimento da segurança e ordem.

“O ministério do Interior assegura que as operações de perseguição dos grupos terroristas continuarão até que a segurança e a ordem tenham sido restabelecidas em todos os bairros da cidade de Homs e sua província, e as pessoas armadas que aterrorizam os cidadãos e colocam em perigo sua vida sejam vencidas”, afirma um comunicado divulgado pela agência oficial Sana.

Segundo o ministério do Interior, “durante as últimas semanas grupos terroristas armados cometeram assassinatos atrozes que custaram a vida de centenas de inocentes”.

A agência afirmou que na segunda-feira foram registrados confrontos entre as forças de segurança e “grupos terroristas” em bairros de Homs que provocaram a morte de seis membros das forças de segurança e deixaram 11 feridos.

Nesta terça-feira eram ouvidos disparos em Homs, um dia depois da morte de 98 civis na cidade, segundo a oposição.